quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Seja o OUTRO que você gostaria que TODO MUNDO fosse



TODO MUNDO quer ser bem atendido nos 0800 da vida, na telefonia, na TV a cabo, nas lojas, nos sites, nos serviços em geral... e, EM ÚLTIMA INSTÂNCIA, ATÉ PELO GOVERNO! POR QUE NÃO? Mas na hora de "TODO MUNDO" atender aos SEUS clientes, SEUS colegas, vizinhos... aí, o jogo muda...

Acho que nós, brasileiros, estamos com a DOENÇA DO VENHA A NÓS...

O OUTRO é sempre o culpado por nossas mazelas... “eu fiz, mas todo mundo faz”, “ele fez primeiro”, “mas eu posso/quero/mereço”, como irmãos que brigam e se defendem perante o pai... Mas, é até compreensível... Num país onde a MALANDRAGEM é palavra de ordem e quem deveria dar o exemplo é EXEMLAR em estipular regras para ... rs... quem diria... OS OUTROS, e uma indecência para “ROUBAR no jogo”... (sim, estou falando da politicada, que é hábil em cobrar multas, impostos, taxas, mas que manipula balanços contábeis de estatais e banaliza nossa Lei de Responsabilidade Fiscal! Que negligencia a saúde e a educação! Que paga uma merreca a professores e policiais e... culpa quem? Os OUTROS!!!).

Deveríamos poder parar de contar com o “JEITINHO”, a “MALANDRAGEM”, o “HUMOR do dia” e passar a contar mais com o senso de CIDADANIA, a SERIEDADE e o PROFISSIONALISMO de TODOS NÓS. Você espera algo? FAÇA O MESMO, deixe de esperar pelos OUTROS e seja VOCÊ o EXEMPLO! Não deixe seu cliente sem resposta, não fique teclando nas redes, enquanto alguém o aguarda do outro lado da linha, ou na fila de atendimento, não fure filas! NÃO ESTACIONE NAS VAGAS “DOS OUTROS”. Não jogue lixo na rua! Não fique com o troco que lhe foi dado por equívoco! E NÃO SEJA CÚMPLICE! Não assista a uma cena de abuso sexual no ônibus, trem, metrô, escola sem fazer nada, ajude, peça ajuda... E se não fosse com “O OUTRO”, mas com você, com seus filhos??? Não se sinta constrangido em chamar a atenção de alguém que furou uma fila, mas fale com educação (na 1ª vez), pois ele(a) pode ter se enganado... Já na 2ª, rs... dê mesmo uma bronca e mostre que “ISSO AQUI É LUGAR DE GENTE SÉRIA”. Ok... Nem sempre dá para dar uma bronca, o cara pode ser grande, vai saber... você pode não estar com aquela disposição... Chame um gerente, movimente o resto da fila... ou, simplesmente, MANTENHA SUA CAPACIDADE DE SER UM EXEMPLO... já é muito.

Concordo 100% que “GENTILEZA GERA GENTILEZA”,  mas “ARRUAÇA GERA ARRUAÇA” e vivemos num país onde isso é nítido! Em nossos carnavais, então... “Aqui tá com cheiro de mijo, então vou mijar aqui!” Nãaaaaoooo!!!! VOCÊ NÃO É UM CACHORRO!!!  Não mije ali só “porque o OUTRO mijou”!!! 

Está aí um bom exercício, quem é O OUTRO? QUEM É VOCÊ? E, QUEM SOMOS NÓS, em família, comunidade e sociedade? Acredito também que “CONSCIÊNCIA GERA CONSCIÊNCIA”.

Sejamos RESPONSÁVEIS e CORRESPONSÁVEIS! Não aja, julgue, manipule ou vote por interesses puramente pessoais, lembre-se de seus filhos e dos filhos de seus filhos! Lembre-se que ser “O OUTRO” é uma questão de referencial. Não seja tão mesquinho, ou autoritário, quando você mesmo não cumpre nem metade do que exige dos seus familiares, amigos, colegas, vizinhos...  Respeite as individualidades, seja você um indivíduo ativo e deixe o “OUTRO-irresponsável”, o “TODO MUNDO”, que, vamos combinar... é muita gente,  não ser tão culpado, ou melhor, IMPORTANTE assim...

Seja o “OUTRO” que você gostaria que “TODO MUNDO” fosse!!
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“É próprio da natureza humana, lamentavelmente, sentir necessidade de culpar os outros dos nossos desastres e das nossas desventuras.”
- Luigi Pirandello
 

terça-feira, 16 de junho de 2015

BR de Barbárie

Por MJ Taragano

Andarei armada!
E como não tenho as armas de Jorge,
Porto a faca
E porto o medo
E porto a descrença
E crer em quê?

Andarei armada!
E se já não tenho crença,
Porto o desgosto
E porto o temor
E porto a culpa
Mas culpa de quê?

Ando armada!
E se armas eu porto,
Me desnudo.
E como não tenho as roupas de Jorge,
Porto o horror
E perco a fé
E perco a paz
E me perco
Sou o quê?

terça-feira, 21 de abril de 2015

Não me corrompas!

Por MJ Taragano

Não! Não aceito propostas vagas!
Não me venha com causas ou explicações!

Não me corrompas!

Não explique ou justifique nada!
Não tente embreagar-me em teu egoísta querer...
Em teu emaranhado de belas palavras, promessas...
Postam-se desfiguradas!
E desfiguradas se esvaem em tiras desordenadas de desejos vis!

Não me corrompas!

Só de inteiro te completo;
Só de verdadeiro te respeito;
Só de completo te aceito;
Só de concreto... Te sonho...

Não me corrompas...

 

Tempo

Por MJ Taragano


Não penses que aqui sou!
Apenas, aqui estou.
Toca-te o badalar dos sinos?
A mim, toca...
Toca-me o peito,
Toca-me a alma.
E se já badalam os sinos,
A vida me cabe tocar.
Pois, se ali já não estou,
Toca-te que o já não sou!
 
 

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Mudando de CEP

Por MJ Taragano


Mudanças são sempre muito cansativas… Claro que existe o fator de euforia por ir para um lar novo, novinho em folha. Quando todo montadinho, sob medida para nossa felicidade então, nem se fala. Mas, para se concretizar, a mudança passa por vários processos desgastantes, dentre eles, a obra (sobre esta, nem comento!) e a famosa “faxina”.

Abrem-se armários, gavetas, caixas e todos aqueles pacotes que você um dia guardou e já não sabe mais para quê. - Só para se aporrinhar um dia? – Nem se imagina o que existe mais no fundo daqueles armários. Bem, imaginar, pode até imaginar, mas como se engana! No meu caso, que saio de um apartamento cheio deles e onde viveram muitas pessoas da família, o conforto de saber que o apartamento estava sempre passando para um parente, permitiu o luxo, aos moradores anteriores, de acumular ao longo dos anos um sem número de lembrancinhas, documentos, cartinhas, brinquedinhos antigos... “Ah, vou deixar essas coisas aqui, não atrapalham né?”. Eu mesma fui uma dessas que saiu, deixando rastros para minha Irmã, mas voltei, ela saiu e, um tempinho depois... próxima mudança! Mas quem virá agora? Socorro!!! Não é um parente!!! E agora? O que fazer com todas essas tralhas???  E distribuo senhas para a família entrar e recolher, selecionar, descartar suas ... coisinhas... E haja coisinhas...

Tomei como minha a tarefa de fazer, ao mínimo, a primeira limpa. E aí eu acho que descobri para que servem aqueles embrulhos que nunca abrimos, e dos quais não abrimos mão.  Ou melhor, só abrimos quando fazemos mudança, ou mudanças... só lá pela segunda ou terceira rodada é que resolvemos desvendar o que há dentro daqueles sacos, caixas, envelopes... é que, pra certas coisas, é preciso ter tempo para a despedida... mais ainda, essas coisas têm um papel ao longo das mudanças. Quando abrimos as caixas, abrimos espaço para rememorar... E justamente quando gostaríamos de ter uma casinha “clean”, a “lixarada” traz, além de outras coisas, as quais não cabe citar aqui, um pedacinho de saudade guardada nos cantinhos dos armários, uma pontinha de amor, um resquício de um tempo que passou e do qual pouco ficou, do qual não lembraríamos nada se não fosse aquele pacotinho guardado “por pena de jogar fora”, “para acaso algum dia precise”...

Em meio à zona, surgem brinquedos, cartas e postais (veja só!!! CARTAS!!! POSTAIS!!!), e entre eles, bilhetinhos da época da escola, cartões da Vovó, desejos de um bom ano, mensagens de saudades de quando fui estudar fora, despedidas, reencontros... e aquela cartinha, da adolescência, de um amigo meu contando como achou a minha mais nova amiga “fofa”! - Casaram-se treze anos depois.

E no mutirão, meu Pai se emocionou ao encontrar o livro de ponto da loja do meu Avô, cujo primeiro registro devia ter mais de 40 anos e cujas fotos dos funcionários pareciam ter sido tiradas de um filme antigo, romântico – nada se comparam às fotos dos crachás de hoje, as pessoas se arrumavam para os flashes! E o fotógrafo também...

E aí, desvendo o mistério do porquê de guardarmos tantas coisas. Para quando vierem as mudanças ou as faxinas. Em meio à trabalheira, surgirão gostosas lembranças de velhas amizades, de brincadeiras, de pessoas esquecidas ... uma fração da infância... como se gavetinhas mentais fossem sendo abertas jorrando emoções para nossos corações, deixando o estresse da mudança de lado por alguns instantes. Guardamos para termos sempre caquinhos de outras épocas e nos apercebermos de que todo esse processo trabalhoso é só a superfície de um monte de emoções que ainda estão por vir.

sábado, 17 de agosto de 2013

Me reinventando

Por "Amiga Anônima"
 
No meio das loucuras da vida, do tempo corrido ou da falta dele, me pego pensando no que passou, no que aconteceu pra que eu me tornasse quem sou hoje. Posso te dizer, com certeza sou mais feliz, mas, por um lado também mais triste. Eu tinha uma crença muito grande na felicidade que o outro me traria embora sempre tivesse reservado dentro de mim um espaço pra solidão (constante diga-se de passagem) e aí vem o paradoxo. Como pude por tanto tempo, me sentindo sozinha e com alguém ao meu lado, esperar nele a razão da minha felicidade? Incompreensível não é? Pra mim também. Ouvi milhões de músicas tristes, frases de efeito, qualquer coisa em vão pra tentar entender o que estava se passando ao meu redor. Não posso culpar o outro pela falta de amor, mas não posso me lamentar por não me amar e aí descobri o mais sensacional, eu me e amo muito, por dentro, por fora, por todos os lados. Amo quem eu sou praquele que falo um oi recusando um panfleto no meio da rua e praquele que me ama em uma noite como se fosse pra sempre, embora o pra sempre dure apenas até o amanhecer. Coisa louca essa, se reinventar. Na vida profissional me reinventei uma trinca de vezes ou uma quadra, no amor, duas, a primeira quando decidi que seria mãe e a segunda quando decidi que o ditado antes só do que mal acompanhado é verdadeiro. A primeira reinvenção permanece em suspenso e em luto, porque a recusa da mesma veio muito próxima da rejeição do meu amor pelo outro. A segunda....ah....me ensinou muita coisa. Vivo paixões adolescentes com a maturidade dos meus 34 anos. Não me iludo com sorrisos abertos ou com mentiras sinceras, será que eles sabem que as minhas mentiras também são sinceras? A cada beijo me descubro diferente, descubro coisas diferentes e de pouco em pouco vejo que a vida é tão sensacional que ela permite que você se reinvente quantas vezes você quiser e que é imperioso que se deixe pra trás o que não te comove, o que te machuca e mais ainda, que ser feliz só depende de você e mais ninguém.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Dois Irmãos

Por Mariana Juer Taragano


O morro esbalda-se em areia fulgurante
E mergulha em puro afã os artelhos no mar azul,
Azul que é verde,
Ou verde que é cinza,
Que espalma espuma branca,
Persignando a obra divina.
Obra que beija cupidinosamente nuvens encarneiradas
E sorri um sorriso coquete ao tocar o sol indolente,
Provocando volúpia em sonhadores maravilhados...