sábado, 17 de agosto de 2013

Me reinventando

Por "Amiga Anônima"
 
No meio das loucuras da vida, do tempo corrido ou da falta dele, me pego pensando no que passou, no que aconteceu pra que eu me tornasse quem sou hoje. Posso te dizer, com certeza sou mais feliz, mas, por um lado também mais triste. Eu tinha uma crença muito grande na felicidade que o outro me traria embora sempre tivesse reservado dentro de mim um espaço pra solidão (constante diga-se de passagem) e aí vem o paradoxo. Como pude por tanto tempo, me sentindo sozinha e com alguém ao meu lado, esperar nele a razão da minha felicidade? Incompreensível não é? Pra mim também. Ouvi milhões de músicas tristes, frases de efeito, qualquer coisa em vão pra tentar entender o que estava se passando ao meu redor. Não posso culpar o outro pela falta de amor, mas não posso me lamentar por não me amar e aí descobri o mais sensacional, eu me e amo muito, por dentro, por fora, por todos os lados. Amo quem eu sou praquele que falo um oi recusando um panfleto no meio da rua e praquele que me ama em uma noite como se fosse pra sempre, embora o pra sempre dure apenas até o amanhecer. Coisa louca essa, se reinventar. Na vida profissional me reinventei uma trinca de vezes ou uma quadra, no amor, duas, a primeira quando decidi que seria mãe e a segunda quando decidi que o ditado antes só do que mal acompanhado é verdadeiro. A primeira reinvenção permanece em suspenso e em luto, porque a recusa da mesma veio muito próxima da rejeição do meu amor pelo outro. A segunda....ah....me ensinou muita coisa. Vivo paixões adolescentes com a maturidade dos meus 34 anos. Não me iludo com sorrisos abertos ou com mentiras sinceras, será que eles sabem que as minhas mentiras também são sinceras? A cada beijo me descubro diferente, descubro coisas diferentes e de pouco em pouco vejo que a vida é tão sensacional que ela permite que você se reinvente quantas vezes você quiser e que é imperioso que se deixe pra trás o que não te comove, o que te machuca e mais ainda, que ser feliz só depende de você e mais ninguém.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Dois Irmãos

Por Mariana Juer Taragano


O morro esbalda-se em areia fulgurante
E mergulha em puro afã os artelhos no mar azul,
Azul que é verde,
Ou verde que é cinza,
Que espalma espuma branca,
Persignando a obra divina.
Obra que beija cupidinosamente nuvens encarneiradas
E sorri um sorriso coquete ao tocar o sol indolente,
Provocando volúpia em sonhadores maravilhados...

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Angústia

Por Mariana Juer Taragano
 
Existe uma flor

E só uma brecha entre pedras

Existe um rosto

E só uma fenda no véu

Existe um coração

E pouco espaço para pulsar

Existe a vontade

E nem tanta força

Existe o tempo

E não vai esperar

Existe o ar

E escasso para respirar