quinta-feira, 15 de julho de 2010

Amor não tem sexo

Por Mariana Juer Taragano

Aplausos: Senado da Argentina aprovou casamento gay esta madrugada! Só falta a Presidente sancionar! Muito bem! E um monte de ortodoxos na frente do senado manifestando-se contra, falando de "pecado". Desde quando amar e constituir família é pecado?

Eu tenho verdadeiro desprezo por preconceito. De qualquer tipo. Algumas pessoas podem apresentar centenas de argumentos religiosos e fisiológicos do porquê de não entenderem ou aceitarem a homossexualidade como algo natural ou normal. Mas vamos e convenhamos. Coloquemo-nos no lugar do outro. Imaginemos que agora alguém lhe diga que esse amor que você sente por alguém é errado, é proibido, é feio, é nojento, é anti-religioso, anti-político, anti-qualquer coisa. Mas, para você, é simplesmente uma benção, talvez umas das coisas mais preciosas da sua vida. Como se sente? Amor não é crime. Atração física também não. Por que querer impedir a união de duas pessoas que se amam?

O sexo “feio” não está na relação de duas pessoas que se gostam e que curtem estar juntas, mas nas relações que ferem, que maltratam, nas histórias vazias de carinho e atração verdadeira, mas cheias de interesses, de dor, de desrespeito. Nosso tempo está cheio de exemplos tristes de uniões trágicas, violentas, virulentas. Aliás, vivemos o tempo das relações desfiguradas, desprovidas de interesses perenes, relações que nem mereciam ser chamadas assim. Então, por que nos pegamos tentando impedir que pessoas com reais interesses de relacionar-se, de viver o que há de mais puro no mundo - o amor - se unam, formem família? Família! Relação perene! Casamento! Raridades nos dias de hoje. Por que não?

Dê os argumentos que quiser, mas lembre-se de checar as datas correlacionadas aos fundamentos, de levantar os inúmeros avanços que o homem fez ao permitir mudanças e, principalmente, de se questionar sobre o quanto aceitar as diferenças muda a sua vida e a do outro, o “diferente”. Você quer ser feliz? Ele também.

Mudar é uma arte. E não se esqueça: amai ao próximo como a ti mesmo.

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