Por Mariana Juer Taragano
Um dia, sonhei um sonho em que eu não era eu
E criei uma vida que não era a minha
Nela, tinha um carro, um cargo, um cigarro
Tinha roupas, lugares e cores
Havia vultos que não eram dos meus amigos
Havia gente de hoje e de amanhã
Mas gente de ontem ou de anteontem inexistiam
Havia uma força, uma potência, uma riqueza
Uma relativa invencibilidade
Que me salvava da fraqueza
Mas também da sutileza
Da sensibilidade, da franqueza e da fragilidade
E entre rabiscos, rascunhos e caixas
Havia, presa, uma saudade
Um dia, acordei do sonho
Me olhei no espelho
E vi um rosto estranho
Minha alma explodiu
Uma lágrima minha escorreu
Por um rosto que não era meu
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