quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Entre sonhos e furtos

Por Mariana Juer Taragano

Um dia, sonhei um sonho em que eu não era eu
E criei uma vida que não era a minha
Nela, tinha um carro, um cargo, um cigarro
Tinha roupas, lugares e cores

Havia vultos que não eram dos meus amigos
Havia gente de hoje e de amanhã
Mas gente de ontem ou de anteontem inexistiam

Havia uma força, uma potência, uma riqueza
Uma relativa invencibilidade
Que me salvava da fraqueza
Mas também da sutileza
Da sensibilidade, da franqueza e da fragilidade

E entre rabiscos, rascunhos e caixas
Havia, presa, uma saudade

Um dia, acordei do sonho
Me olhei no espelho
E vi um rosto estranho

Minha alma explodiu
Uma lágrima minha escorreu
Por um rosto que não era meu

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