sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Ferida

Por Mariana Juer Taragano


Escorre a lágrima,
Escoa o sal.

O sal que seca
E que, de tanto secar,
Fere.

Ferindo, faz chorar
E, chorando, faz curar.
Curar a ferida que maltrata.

Cicatrizando a ferida,
Cessa o choro.

Mas e se o choro não cessar?
E se a ferida não fechar?
E se o sal ficar?

Então, como um rio,
O tempo há de passar
Para a ferida, limpar
E a lágrima, arrastar.

Com ele, o sal, vai levar
Para no mar desembocar.
A dor há de cessar.


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